02/02/2012

Por

Ana

Minha filha de quase três anos já não me chama mais de mãe, grande parte de tempo ela me chama de Ana.  ‘Eu quero um doce, Ana’, ‘posso brincar, Ana’, ‘posso sair da mesa, Ana’ e assim vai. No começo achei divertido, mas agora a graça já passou. Pensei que ela estivesse me punindo por ter estado um final de semana fora de casa – fim de semana com as amigas em Barcelona mais que merecido! – mas não, acho que ela me vê ultimamente mais como uma educadora ou professora e não como mãe. Afinal, eu não sou legal. Sou brava, chata, digo não, dou bronca, faço comer, escovar os dentes, se comportar bem, dou banho e faço ela ir cedo para a cama. Viu alguma coisa divertida nisso? Eu não.
Quando eu chego em casa às 6 da tarde com duas crianças não penso em brincar, e sim, no jantar, na roupa para lavar e no pouco tempo que me resta antes de colocar a casa em ordem. Enfim, eu não sou legal e vou continuar não sendo. Eu sou mãe e quero o melhor para os meus filhos, e se isso inclui dar bronca, pegar no pé e ser bem chata de vez em quando, acho que vou ter que me acostumar com a idéia de ser chamada simplesmente de Ana.