26/03/2012
Por
Ana
Desde que voltamos do Brasil não reconheço meu filho. O Miguel chora sem parar. No primeiro dia pensei que fosse por causa do fuso horário, cansaço de viagem e saudades do Brasil. No segundo dia achei que fosse a vacina que ele teve que tomar. No terceiro dia, novamente a vacina. No quarto, quinto e sexto dia já não sabia mais o que pensar. Ele chorava constantemente. E ainda chora. Para controlar os meus nervos e os dele, faço longas caminhadas. No carrinho ele fica tranquilo ou dorme. Mas quando chegamos em casa, tudo volta ao normal. Se o coloco na cadeirinha ou no box (chiqueirinho) ele começa a protestar. E não estou falando de um chorinho. Ele grita, fica tão nervoso que até me assusta. Me dá muita dó, mas eu não consigo andar o dia todo com ele pendurado nos braços. Além dos seus 8 kilos de fofura, às vezes eu preciso das minhas mãos livres. Então meus dias, desde que cheguei são assim: Miguel no colo (sem choro), Miguel na cadeira (5 minutos sem chorar e depois ao berros), Miguel no colo (sem choro)… é um ciclo vicioso. Em uma das minhas caminhadas encontrei com a mãe de um bebê lindo que nasceu um dia antes do meu filho. Conversa vai, conversa vem e ela me disse que o filho dela também estava ‘meio difícil’ nas últimas semanas. Foi aí que a ficha caiu. Será que o meu bebê esta passando por um período de crescimento? Quando tenho essas dúvidas eu busco respostas nos meus livros. “Oei, ik groei!” (Ui, eu cresço!) é um deles. Esse livro é baseado em 30 anos de pesquisas entre pais e filhos. Ele mostra que os bebês apresentam o mesmo tipo de características como por exemplo choro, mau humor e mudança de apetite, na mesma idade. Isso como consequência do crescimento. Segundo o livro os bebês passam por ‘pulos mentais’ de desenvolvimento e justamente nessas fases eles ficam mais difíceis e chorões porque crescer significa mudar e isso nem sempre é fácil ou agradável. Com isso eles acabam se voltando para as mães, os seus portos seguro. Os capítulos do livro são divididos de acordo com os 10 pulos de crescimento. O primeiro pulo acontece por volta de 5 semanas e o último ao 17 meses. E como eu já imaginava estava lá ’19 semanas’, exatamente a idade do meu filhote. Bingo, pensei, o Miguel está passando por uma fase complicada! Minha crítica ao livro é que ele não oferece soluções. Eu sou prática. Mas o legal é que ele te mostra que há luz no fim do túnel! É que normalmente, depois de uma época mais crítica os bebês apresentam progresso no desenvolvimento. Por exemplo, eles começam a rolar, sentar ou estão mais alertas. Espero que essa fase do Miguel passe logo, me dá muita pena ver o quanto ele está sofrendo, principalmente porque eu não posso dar colo 24 horas ao dia. Também estou curiosa como mãe para ver as novidades que meu pequeno irá apresentar depois de uma semana dramática como foi essa última.
Miguel em um de seus poucos momentos ‘sem choro’ na cadeirinha |
PS: Para quem se interessou pelo livro, há um site (em holandês) com mais informações. Veja http://www.oeiikgroei.nl/
É a dor pelo jeito é uma constante na vida do ser humano. Quando bebê porque está crescendo, quando adolescente dói a inconstância de humor e finalmente quando adulto, é o cotovelo, a consciência, a alma! Nunca acaba.
Saber dessas fases de crescimento e desenvolvimento salvou a minha vida e a minha sanidade mental! A gente consegue passar pelas dificuldades tendo mais paciência e empatia por eles sabendo dessas peculiaridades. Bebezicos também sofrem, tadinhos!