06/05/2012
Por
Ana
Quando nós moramos fora do nosso país, longe da família e amigos, fazemos de tudo para ter um pouquinho da nossa terrinha perto da gente. Eu falo por mim e pelas minhas amigas brasileiras na Holanda. Além de facebook, e-mail e what’s app, que nos mantém diariamente conectadas, eu não viveria, ou melhor, não aguentaria viver aqui sem o meu ‘cafézinho’ com as meninas. É nessa hora (normalmente corrida e decidida no último minuto) que desabafamos. Falamos de tudo. E falamos muito e muito rápido. Seria divertidíssimo gravar uma dessas conversas para rir depois. Começamos um assunto, passamos por três outros, somos interrompidas a cada minuto por uma de nós mesma, esquecemos o que estávamos falando, até que no final, alguém pergunta ‘mas como terminou aquela história mesmo?’. Somos praticamente uma família, onde a única coisa em comum é a língua e o fato de estarmos longe de casa. Quer dizer, nem a língua temos muito em comum porque no grupo também há quem fale espanhol e italiano. Mas a conexão latina conta nessa hora. O engraçado é que por mais que vivemos a mais de 10.000 km de distância do Brasil, existem coisas nessa terra gringa que me remetem constantemente às minhas origens. Por exemplo, sabe quem me dá todos os dias ‘bom dia’ no ponto do tram (bonde)? Gisele Bündchen! A própria, em roupa básica (típico Gisele) de verão – já falei para ela pôr uma jaqueta porque aqui faz muito frio. E o que toca nas rádios – desde o fim do ano passado? “Ai se eu te pego”. Até a Julia com seus três anos de idade canta a música inteira, pode? E para minha surpresa, o que ouvi ontem na mesma rádio? “Tche tche re re tche tche…”. Não vai falar que eu ouço rádio brega porque isso está tocando em todas as rádios por aqui, tá! Então se não fosse o tempo frio e chuvoso, a maneira super organizada de viver, as agendas e o individualismo eu diria que o Brasil é aqui! Ok, não estou sendo justa com os holandeses. Eu adoro essa cidade e sou muito feliz nesse país. Mas que eu amo os momentos brasileiros com as amigas, ahhh como eu amo! É uma questão de necessidade – ainda mais se tiver pão de queijo acompanhando o café.
Nessa pose a moça me cumprimenta diariamente |