09/05/2012

Por

Ana

Como boa paulistana eu sempre fiz tudo de carro. Se precisasse ir na esquina, ia de carro. Mas nunca liguei muito para as quatro rodas. Acho que porque sempre tive a sorte de tê-las um na garagem. Quando me mudei para a Holanda, não tive dúvidas: vendi  meu carrinho e trouxe a grana para cá. Chegando aqui, nem queria saber de dirigir. E o medo de me enfiar entre os trams e as bicicletas? O medo passou rápido. Eu tirei minha carteira de motorista holandesa e comprei uma bicicleta. Quer dizer, ganhei uma bike linda que foi roubada em três meses (como acontece com todas as bicicletas por aqui). Mas depois de um tempo comecei a sentir falta de ter um carrinho. É que dirigir para mim é sinônimo de liberdade. Pode parecer estranho, mas é isso o que eu sinto. Então na época, ‘ganhei emprestado’ um Peugeot caindo aos pedaços da minha cunhada. Foi uma maravilha. O pejeca, como eu o chamava carinhosamente, quebrou altos galhos. Fora que ele era ecologicamente correto: até plantas cresciam na sua janela! – ou eram musgos? Enfim, para se ter uma idéia, o pejeca acabou no desmanche, vendido por 75 euros. Praticamente uma fortuna.



Esse era o pejeca, à distância nem parecia que ele estava tão velhinho


Mas eu não ligava muito para carros, certo? Quer dizer, não ligava até o Kees aparecer em casa com um Mini Cooper conversível. Con-ver-sí-vel! Quase morri. Era o carro dos meus sonhos! Bem, na verdade o carro dos meus sonhos era um Escort XR3 conversível. Lembram? Mas até que eu fiquei bem contente com o Mini (Cof Cof). E nós nos divertimos muito com ele, era um brinquedo, uma desculpa para sair de casa quando o tempo estava bom. E com a chegada da Julia isso não mudou. Eu enfiava filha, carrinho de bebê e tudo o que podia (e não podia) no carro e ia embora. Jurava de pé junto que tudo cabia ali dentro. Isso até o Miguel nascer. Em quase 6 meses, saímos duas vezes com o carro (os quatro juntos). O Mini tinha se tornado mini. Então, com dor no coração, mas cheia de razão, fizemos uma pesquisa de mercado para um carro novo, um people carrier como o Kees dizia. Olhamos um pouco, comparamos alguns modelos, fizemos até test drive (nunca tinha feito antes) e escolhemos nosso novo veículo de transporte familiar. Mas claro, para comprar um carro novo, teríamos que nos desfazer do velho. Confesso que me deu uma dorzinha no coração ao me despedir do meu Mini querido, mas como minha mãe mesma diz: a gente só fica com dó de vender o carro velho até comprar o novo… e não é que minha mãe tinha razão!



Bye bye Mini – It was fun!