Na bagagem de mão eu levava um caderninho para anotações. A idéia era aproveitar as férias para colocar alguns pensamentos em ordem e fazer planos para o futuro. O tal caderninho voltou intocável para casa – se tiver algum rabisco, foi a Julia quem fez, porque eu nem mexi no tal livrinho.

Mas ao invés de planejar o amanhã eu curti o hoje, então perdi a conta de quantos castelos de areia fizemos, de quantas voltas na praia demos e de quantos sorvetes tomamos. Eu, as crianças e o Kees. Só os quatro. Sob o sol espanhol curtimos nossas duas semanitas de vacaciones intensamente. À nossa maneira, claro. Íamos para a praia de manhã cedo para um café, voltávamos à tempo da soneca matinal do Miguel, depois mais uma horinha de praia, almoço, soneca coletiva, praia novamente (ou piscina dependendo da vontade da Juju) e jantarzinhos. Assim passamos os dias. Comemos muito bem – bebemos melhor ainda – e descansamos. O Miguel se divertia em ver a irmã brincar, já a Julia perdeu o restinho do medo que tinha do mar e se atirava na água quando podia (leia-se com roupa e tudo).

Enfim, brincamos, passeamos, conversamos, lemos livros, assistimos filmes, fizemos tudo o que se deve fazer durante as férias. Voltamos para a casa com a sensação de que aproveitamos ao máximo.

Então, quer saber? Nem esse verão cinza e chuvoso holandês vai estragar o meu bom humor.
Pelo menos, não hoje.