15/08/2012
Por
Ana
Então estava eu aqui conversando com meus botões, pensando no tema ‘paternidade ativa’ para uma blogagem coletiva do Mães Internacionais. Eu posso até contar como é o esquema aqui em casa. E até posso tentar me comparar com o resto do mundo, com os pais no Brasil. E confesso que a primeira coisa que me veio à cabeça foi a seguinte: ‘os pais aqui na Holanda ajudam mais, participam mais e são mais presentes na vida dos filhos’. Mas por mais que eu até acredite que isso seja verdade (pelo menos às vezes), também acho que isso seja um daqueles clichês cabeludos.
Eu explico.
Eu não sei como o pai do seu filho age em casa. Não sei que horas ele chega, se ele ajuda a fazer o jantar, dar banho, ler histórias. Também não tenho a mínima idéia do quanto ele brinca com seu filho, o quanto eles se divertem juntos. E olha que há uma diferença gigante entre ‘tempo junto’ e quality time. Então queridos, eu não quero e não posso julgar ninguém.
Acho que cada um é cada um mesmo, e que cada família tem um ritmo diferente. Cabe a você e ao seu marido-namorado-pai-dos-seus-filhos decidir o que é melhor para vocês e para os pequenos. Com certeza existem muitos holandeses desnaturados e super pais brasileiros. Ou seria o contrário? Não sei.
Mas eu espero que o pai do seu filho seja muito legal. Do tipo que participa de tudo. Daqueles que largam o que estiverem fazendo para brincar de lego, ou para pentear o cabelo da boneca. E que ele tenha tempo de montar um quebra-cabeças e andar de bicicleta. Que leia ou invente histórias. Que converse e que saiba escutar. Que dê atenção e que acima de tudo, tenha paciência. E o mais importante: que ele faça tudo isso de coração, com boa vontade, porque é pai.
Espero que ele seja um pai tipo comercial da Sprite.
O ideal seria ser um pai assim todos os dias, mas… mas eu sei que nem sempre dá!
Então – hora de colocar o holandês aqui de casa no pedestal – são nesses momentos sem tempo que eu admiro meu marido. Ele às vezes tem 15 minutos com as crianças. Mas quando ele chega em casa é festa. E esses 15 minutos valem muito, mas muito mesmo.
Aqui em casa quality time não é uma expressão qualquer.
E as crianças sabem disso.
Olá, Ana Paula.
Que texto lindo…
Eu também tenho medo das generalizações, concordo que cada família tem seu próprio sistema de funcionamento e que isso não se forma unicamente a partir da nacionalidade do pai. Vc está certíssima e desenvolveu a ideia de uma maneira muito delicada.
"que leia ou invente histórias"… ler isso me fez rir… É uma prática bem paterna aqui no nosso lar, eu já não tenho muita paciência. A festa quando chega do trabalho, mesmo que sejam só uns minutinhos antes de sair novamente, também. Foi ótimo ler o seu texto. Foi importante também.
Bjs,
Michelle
Olá Michelle, obrigada pela visita. Fico feliz que você tenha gostado do texto.
Eu acho importante que os pais sejam ativos, que participem, mas como você mesma disse, tenho medo das generalizações. Acho que cada um sabe o que é melhor para si.
Bjs, Ana Paula
Olá Ana Paula,
Adorei seu blog, parabéns!!!
Somos uma familia de brasileios também vivendo na Holanda. Éramos 4 qdo viemos( meus filhotes tinham 6 e 7 aninhos) , há 19 anos atrás. Dois anos depois éramos 5, com a chegada de nosso caçulinha.
E eu sempre tive muita curiosidade de saber como os papais holandêses se comportavam, de uma maneira geral. Afinal, não podemos generalizar. Querendo ou não, nós acabamos sempre fazendo um pouquinho de comparação com os papais brasileiros…pelo menos com os que conhecíamos.
E foi com muita alegria e satisfação que descobri , de uma maneira geral, papais holandês muito participativos e solidários, fora e dentro de casa.
O papai lá de casa tb sempre esteve no pedestal. Mas penso que ainda não faz parte da cultura brasileira participar igualmente das tarefas domesticas como da Holandesa. Mas aos pouquinhos os hábitos vão mudando..pois ambas as partes só tem a ganhar…principalmente porque nossos filhos serão de uma certa maneira nossas eternas crianças( até hoje refiro-me a eles, na Holanda, como kinderen…)
Um abraço!
Oi Sheila, obrigada!
Pois é, kinderen… acho que para uma mãe eles sempre continuam 'pequenos', não?
Você tem razão em dizer que aqui os homens participam das tarefas de casa, pelo menos é o que vejo: se um cozinhou o outro arruma a louça, e assim vai. Mas acho que pouco a pouco a cultura no Brasil também vai mudando. É quase impossível para a mulher fazer tudo sozinha hoje em dia. Trabalhar, cuidar de filhos, casa… ufa! Mas nossa, 19 anos de Holanda? Menina quanto tempo! Venha me visitar sempre aqui no blog 😉
Bjs, Ana Paula