29/04/2013
Por
Ana
Motivos para tal não faltam: é mais fácil, mais barato, prático e saudável. Além das inúmeras ciclovias por todos os cantos, o país é plano, então pedalar por aqui não é sinônimo de sacrifício, quer dizer, depende da distância percorrida, mas de todas as formas andar de bicicleta na Holanda é com certeza mais tranquilo do que por exemplo nas ladeiras e ruas cheias de São Paulo.
E quando eu digo bicicleta, pense em meio de transporte mesmo. Eu por exemplo levo e busco os meus filhos com a minha magrela, que nem é tão fininha assim. Tenho um suporte com uma cesta para colocar laptop, bolsa, mochila da escola… e duas cadeirinhas para as crianças: uma na frente e outra atrás. São 28 quilos só de criança! Mas eu pedalo numa boa, e gosto. Adoro a liberdade e a flexibilidade que a bicicleta me dá. Fora que é prático. Não tem que procurar vaga para estacionar, pagar para parar na rua, ou esperar o transporte público dar o ar da graça. Eu pedalo quando e o quanto quero.
Mas dai um belo dia o cadeado da minha bicicleta quebrou me deixando apenas motorizada {o que é um luxo por si só, eu sei}. Mas pensa que isso facilitou minha vida? De maneira alguma. Pelo contrário, fiquei dependente do ônibus e do carro e senti muita falta da bicicleta. Eu e as crianças, que por sinal fazem careta quando vão de carro para a escola.
“Estacionamento” de bicicleta na porta da escola |
E surpreendentemente não só as crianças fizeram cara feia para mim, aprendi que levar os filhos para a escola em quatro rodas não é, digamos assim, politicamente correto em terras holandesas. Primeiramente porque não há lugar para estacionar e fila dupla aqui é no go. Fora isso, os carros apresentam um certo perigo com tantos pais e e crianças de bicicleta na rua, o que entendo perfeitamente. E por ultimo, muitos holandeses {pelo menos os da escola da minha filha} acham que pais que usam carro são preguiçosos…
Como?
Acho que desestimular o uso de carros é uma ótima idéia e eu não viveria sem minha bike. Mas hipócrita eu não sou: eu também adoro o conforto do meu carrinho, principalmente em dias de chuva, neve e afins.
Estou feliz que a bicicleta foi consertada {o que 40 euros e um novo cadeado não fazem, hã?} e continuarei levando as crianças sobre as duas rodas o quanto puder {e o quanto o tempo me permitir}. Mas quando precisar do carro, não hesitarei em tirá-lo da garagem. Não mesmo!
E se alguém olhar torto para o meu “veículo motorizado” na porta da escola, tenho só uma coisa a dizer: cara feia é fome, tá?
adorei seu blog..conheço esta terra linda!! vou te acompanhar!! tb sou mãe de dois!! bjocas