Será que ele existe, estes terríveis quatro anos?
Quando a Julia estava na fase dos “terrible twos” a gente brincava que ela estava possuída, porque os dramas, as choradeiras e manhas, que aconteciam esporadicamente, duravam no máximo uma semana. Daí passava o temporal, vinha a calmaria que reinava um bom tempo até o ciclo se reiniciar.
Isso quando ela tinha dois anos…
Aos quatro anos de idade a história é outra: a minha filha anda mal criada, briguenta e resmunguenta há meses. E não é manha não. Tem bateção de porta, gritaria e suspiros profundos que acabam com a paciência de qualquer um. Eu tento entender o que está acontecendo, converso o máximo que posso, explico o que consigo, mas confesso que perco a calma muitas vezes.
E isso me incomoda. Muito.
A gente bate-boca {oi, ela só tem 4 anos!} e eu fico malzona, me sinto a pior das piores. No dia seguinte começamos bem, calmas, cheias de conversa e amores até que ela resolve chorar porque o leite está no copo azul, porque ela queria ter tirado a tampa da pasta de dente sozinha ou porque a saia rosa favorita está para lavar. Coisas importantes assim.
Na boa, isso eu relevo, não dá para querer brigar com uma criança que chora pelo copo cor-de-rosa, dá? Então eu explico, digo que a partir de amanhã ela mesma vai escolher o copo e o prato que quiser, e olha que legal, ela vai ajudar a mamis a colocar a mesa.
Combinado?
E ela afirma com a cabeça, conformada e contente.
E o dia passa, o jantar fica pronto e o mimimi começa outra vez. Um dia é porque ela não gosta de batatas {desde quando meudeussss?} no outro dia é porque tem molho no macarrão. Então ela se joga no sofá, com a cabeça entre as almofadas e me ignora completamente. Diz que não vai lavar a mão e nem se sentar para comer.
Ahã.
No fim das contas ela se senta à mesa e limpa o prato porque não pode sair da cadeira enquanto não fizer o mesmo. E neste tempo uma hora se foi. A briga continua no chuveiro e termina na hora de dormir. E no meio de tudo isso ela dá uns berros que sou stout {má}, heks {bruxa} entre outros tantos elogios.
Até parece episódio da Supernanny, mas não é!
Sou eu mesma, relatando como as coisas andam por aqui. Está difícil…
Eu tento manter a calma e principalmente o tom de voz, meu maior desafio, mas as vezes, muitas vezes, não consigo. E estou ciente {e nada orgulhosa} de que muitos dos atos da minha filha refletem a minha própria postura: se minha mãe grita eu também grito. Lógico. É um ciclo vicioso.
A verdade é que estou meio perdida nesta nova fase da vida da Juju, não estou sabendo muito bem como agir com estas mudanças de temperamento e principalmente com as discussões.
Compreendo que ela está crescendo, que está na escola de “crianças grandes” e que recebe muitas informações novas a cada dia. Também vejo que ela mesma não sabe como lhe dar com a situação, e por isso me desafia, me faz chegar ao meu limite…
E olha, a diferença entre os terríveis dois anos para os terríveis quatro, é o vocabulário, acreditem. Um bebê de dois anos que se joga no chão do supermercado porque ouviu um não é uma coisa, uma criança de quatro que diz aos berros que não quer mais ser sua amiga, que não quer brincar com você ou que você nunca a escuta, é outra.
Então para não ficar louca me orientar comecei a ler. De tudo: blogs, jornais, artigos e livros. Primeiro por curiosidade, mesmo porque eu não acredito que esta fase seja uma coisa única e exclusiva de Juju. Queria saber como as outras mães se viram nessa. E segundo porque eu quero o melhor para a minha filha, quero que ela cresça com segurança, com amor e com respeito, e ai não há espaço para uma mãe ou uma filha gritando descabeladamente pela casa.
A boa notícia é que há solução {uhaaa} a notícia ruim é que as coisas não vão melhorar de um dia pro outro {jura bem?}, então tenho que ser firme, forte e fiel. E acima de tudo, ter muita paciência!
Eu vou seguir tentando minha gente, juro que vou.
Também estou botando fé neste livro aqui, cuja essência é impor limites com respeito, amor e carinho. Parece ter sido escrito para mim, quer dizer, para mim não, para os meus filhos.
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Toda criança precisa de limites – educação consequente e amorosa de 0 à 12 anos |
– to be continued –
Ai Paula, to passando pela mesmíssima coisa. A diferença é que a ferinha aqui ainda tem 2 anos… espero que eu encontre a maneira de manter a paz interior até que ela complete 4… hahaha
Tem que ter paciência, né? Olha, o que eu percebo aqui é que o quanto mais calma eu estou, mais tranquila a Julia fica. Então eu vivo em busca desta paz interior aqui também 😀
Olha, eu (ainda) não tenho filhos e não tenho nenhum conselho útil pra oferecer. Mas EU fui uma criança assim, difícil, birrenta, rabugenta, briguenta e respondona. E fui assim até completar mais ou menos uns 7 anos, por isso me lembro de muita coisa (infelizmente, rs). Minha mãe tentou de tudo que estava ao alcance dela: grito, castigo, chantagem, muitos tapas, me ignorar, me benzer, me dar leite de cabra, haha, mas ela conta que nada disso adiantou e quem um dia eu simplesmente “melhorei” – palavras da minha mãe – assim, de repente. No meu caso acho que era mais traço de personalidade do que crise relacionada à idade em si. Ainda continuo um pouco birrrenta, respondona, rabugenta, mas a grande diferença é que hoje aprendi a lidar melhor (será?) com as minhas frustrações.
Boa sorte!
Line ainda não tinha pensado em benzer! Que idéia boa 😉
Brincadeiras à parte, obrigada por dividir sua experiência, estou tentando manter a calma por aqui, e acho que você tem razão: a Julia é um doce de menina, mas tem caráter! É uma pimentinha…
Que engraçado ler esse post e os comentarios … parecia que voce estava relatando algo que acontece na minha própria casa (aqui apenas 1 filho)… kkkk … ou seja, chego a conclusao que apenas os personagens são outros … eu aqui e vc aí vivendo coisas tão iguais … Juan e Julia com a mesma idade, vivendo momentos escolares parecidos (sim Juan estuda em uma escola que eh full time ingles, no portuguese) … realmente acho que isso passa, por que a semelhança é impressionante … kkkk …
Domingo retrasado familia reunida, bike, patinete e uma camiseta de manga longa para estragar o passeio (ele queria ir de manga curta, fez o maior escandalo, tirou a roupa e achou que com essa atitude ia ter um domingo feliz???!?!)… nem chegamos ate o carro, o passeio terminou no hall de entrada … doeu mas tenho certeza que ele vai se lembrar que em um dia de sol ficou em casa … o detalhe eh que vira e mexe ele fala: Mamae quando vamos ao parque, juro que nao faço mais isso e quando cometno sobre o episodio com alguem ele fica envergonhado … ou seja mesmo eu ficando muito triste naquele dia, hoje vejo que valeu a pena a liçao!
Beijos e boa sorte com a educaçao dos seus filhos … Boa semana, Thalyta
Eu acho que essas birras fazem parte do aprendizado, eles são tão pequenos e muitas vezes não sabem como lhe dar com tantas emoções (e vontades, e frustrações…) o que tem ajudado aqui é manter a calma. Tento não gritar que é o meu maoir defeito. Fico quieta, espero a poeira baixar e depois conversamos. Quanto estou muito estressada chamo a ajuda do marido, foi o que combinamos: quem estiver mais calmo, lida com a situação. Acho que se a gente explicar o que está acontecendo, eles entendem e aprendem a lição 🙂
Beijos!
Ao ler teu post, pensei assim: "Caramba, não estou sozinha no mundo!" Tenho dois meninos (um de 4 anos e um de 2 anos). O mais velho é mais ou menos como vc relatou, só que 10 vezes pior. Altamente frustrante!!! Já tentei de tudo tb, mas parece que piora a cada dia… o pior é que o pequeno acaba copiando o mais velho. Minha mãe sempre diz que depois dos 7 anos melhora (assim como a Line disse que um dia melhorou do nada..). Realmente, espero que melhore mesmo (a esperança é a última que morre!!!), mas haja paciência até lá… Beijos e muita calma e paciência!
Olá Ana Paula,
Comecei a ler seu blog há pouco tempo, pois estive na Holanda a passeio e estava buscando informações.
Hoje qdo passei por aqui e comecei a ler os posts, vi este que me identifiquei demais. Minha filha está com 3 anos e 4 meses e está exatamente assim. Do nada começa uma cena daquelas, chora, se descabela, está sempre insatisfeita, chorona. Quando vamos a algum lugar ela sempre encontra alguma coisa pra começar o show. Eu confesso que vivo perdendo a paciencia, tem sido mto dificil. Já pensei em buscar ajuda num psicologo, se não melhorar acho q vou acabar fazendo isso.
Boa sorte aí pra vcs. Abraços
É tão bom saber que não estou sozinha nesse barco, dias e dias me sinto terrível, como uma mãe que não dá conta do recado. Tenho duas filhas, a mais velha com treze anos e a caçula com 4 anos, e a menos com certeza tem me deixado de cabelos em pé. Estou pesquisando também e me identifiquei muito com sua postagem.
Oi Gabriela, você nao está sozinha não. Mas olha, calma, é fase! A Julia hoje tem 10 anos e mudou tanto. Tivemos os terríveis 4, 6 e 9, hoje com 10 estamos numa fase zen 🙂
Boa sorte ai e bastante paciencia. Bjs.