19/09/2013

Por

Ana

Esses dias li um artigo bem legal de uma jornalista holandesa que trabalha como correspondente no Brasil. Ela contava de uma forma engraçada como teve que aderir à cultura das novelas para entender um pouco mais sobre o país. Ela dizia que no começo não ligava muito para as telenovelas até que chegou um ponto onde era impossível trocar uma palavra com o padeiro, porteiro, vizinha e cabeleireira sem falar do capítulo do dia seguinte, capítulo que ela até então não seguia {era na época da Avenida Brasil, imaginem}. Resumindo: virar noveleira fez parte da sua integração cultural.

O engraçado é que vivo justamente o contrário disso: não ter idéia do que passa na TV brasileira me faz me sentir muito, mas muito expatriada.

Vou te dizer, você sabe que mora há muito tempo fora do país quando:

1. não tem idéia de quem seja Alice* e tampouco sabe porque ela levou uma surra
2. nunca ouviu falar em quadradinho de 8

Sei que o número 2 não é novela. Até busquei no google para ver o que era e fiquei chocada, horrorizada, pasma com o que vi. Não somente pela flexibilidade e desenvoltura das meninas, mas também pelo fato da maioria ser menor de idade. Gente, eu sou mãe! Vou até confessar que achei o nome engenhoso: pensei que seria ótimo para um chocolate, imaginou? Duas barrinhas, com 4 quadradinhos, numa embalagem… quadradinho de 8 ao leite. Viajei?

Enfim. Adoraria de vez em quando poder assistir uma novelinha, um programinha com sotaque do Brasil, um Fantástico para fechar meu domingo, mas não rola. Por tempo, paciência, fuso-horário e tudo mais. E por mais que sinta saudades da TV brasileira, sinceramente me pergunto se estou perdendo alguma coisa. Acho que não.



Minha versão dos quadradinhos, neste caso “de 9”

*O nome da personagem é Aline. Como você pode ver entendo muito de novela… só que não!