Quando na Holanda, passamos o réveillon com amigos. É sempre a mesma turma, há anos, a única coisa que muda é a quantidade de filhos, que aumenta com o tempo. Somos um grupo fértil: 14 adultos e 16 crianças. Normalmente vamos para a casa de alguém, cozinhamos, batemos papo, as crianças brincam, soltamos fogos e tomamos champagne com oliebollen, uma tradição holandesa.

Este ano no entanto resolvemos mudar o cenário, meio que em cima da hora fizemos as malas, lotamos os carros e seguimos sentido norte do pais, para a província de Friesland. Alugamos uma casa, a antiga sede de uma fazenda para passar os últimos dias de 2014.

A casa era imensa, com uma infraestrutura perfeita para comportar confortavelmente 7 famílias. Cada um com sua própria suite, uma sala enorme, salão de jogos, mesa de jantar para 40 pessoas e o melhor: uma cozinha industrial – inclusive uma veloz lava-louça gigante, meu novo sonho de consumo.

Mas a infra toda era bobagem perto da natureza que nos rodeava, coisa que só vimos mesmo no dia seguinte já que chegamos na escuridão do final da tarde. Campos e mais campos, patos, gansos e pássaros ao nosso lado. E uma imensidão de água. Felizmente fazia sol, o que nos proporcionou belos momentos fora de casa – se não fosse o frio cortante, teríamos passado o dia todo fora, isso sim.

As crianças piraram. Foram 3 dias intensos de férias com os amigos, dormiam (tarde) juntos, acordavam (cedo) juntos, comiam, brincavam e brigavam tudojunto. Se não estavam correndo dentro de casa, corriam lá fora. Fizemos uma caça ao tesouro pelo campo de manhã, de tarde uma longa caminhada e assim passávamos o dia. Havia também pausa para a comida, vivemos como reis: café da manhã, café, almoço, lanche da tarde, happy hour, jantar e happy hour infinita. E assim nascia nossa primeira resolução de ano novo: emagrecer os quilos que ganhamos em Friesland.

A organização aliás, foi sublime. Cada família ficou responsável por uma refeição. Nós organizamos o almoço, outros cuidaram do jantar, do café da manhã, das bebidas e guloseimas. Mas independente da casa, da comilança e do ambiente o que foi mais gostoso nesses dias, foi estar junto dos amigos. De poder conversar sem pressa, de tomar um café sem compromisso, sem agenda, sem nada. Ouvimos muitas musicas, dançamos, rimos e fomos felizes. E sabe, é isso que eu espero deste novo ano: mais momentos felizes, de sossego, entre pessoas amadas.

Nem preciso emagrecer, não, o que eu quero mesmo é paz, saúde e uma casa cheia de amigos.

Feliz 2015, pessoal!