31/01/2016

Por

Ana

Chego em casa e encontro um papel do correio, que um pacote havia sido entregue no vizinho. “Oba, presente”, é o que penso.

Tolinha, eu.


A vizinha abre a porta e me entrega uma caixa de papelão, escrito em grandes letras ‘kraampakket’.

– Parabéns, eu não sabia que você estava grávida!

Pois é, faz 7 meses, queria ter dito. Mas como sou phyna é inverno, as pessoas não saem de casa (cof, cof) eu deixo quieto, ela provavelmente não viu a vida crescer dentro de mim, debaixo do casaco de frio.

Agradeci a caixa e vim pra casa.

– Mãe, é presente?

Era. Do meu seguro de saúde. O pacote é um kit pós-parto supimpa. As crianças acharam interessante abrir a caixa e tirar tudo o que havia dentro, mas depois de curativos, álcool, gel anti-séptico e um pacotão de absorventes, o tal presente perdeu a graça.

Fechei a caixa e a levei até o quarto que será do bebê. Ai a ficha caiu: estou de 29 semanas, em um mês e meio paro de trabalhar, em dois meses e meio serei mãe outra vez. Sim, a gestação está passando de uma forma assustadora.

Apesar do tempo estar voando, me sinto bem. Aliás esta é a gestação mais tranquila de todas, talvez por eu justamente não estar dando tanto atenção a ela. Soa cruel, eu sei, mas é que com o primeiro filho, tudo era novidade e insegurança, com o segundo, eu tinha uma pequena correndo pela sala, uma reforma gigante na casa nova e estava muito, mas muito cansada. No terceiro, as coisas estão no seu lugar: os dois mais velhos estão mais independentes, estou contente com meu trabalho, feliz no casamento e sei o que posso esperar de um bebê.

Sigo bem disposta, mas claro que me canso, ainda mais agora que estou chegando ao final. Comecei a dormir mal, a barriga pesa e as costas doem, mas tudo bem, faz parte. Tento descansar quando posso. Vou mais cedo para a cama, cochilo quando me permitem e trabalho de casa quando dá. Esta semana me dei de presente uma massagem, sai de lá renovada e cheia de energia. Esses pequenos detalhes me ajudam muito.

Também tenho ajustado nossa rotina. Dei uma relaxada em casa, o que me tirou um peso grande das costas. Eu sou fã de rotina, até meio neurótica em querer fazer tudo sozinha e perfeito, mas tive uma conversa seria comigo – sou dessas – e decidi que teria que desencanar. Let it go, mesmo. Tem funcionado. Não me sinto mal quando as crianças vão um dia ou outro mais tarde para a cama sem tomar banho, ou se compro comida pronta. Notei também que tenho me afastado do fogão nessas ultimas semana. Cozinho o básico e penso muito no cardápio da semana: se for de agrado da família, tudo bem, do contrario, nem perco tempo. Ficar 2 horas fazendo uma lasanha? Adoraria, mas agora não, obrigada. Prefiro fazer o estrogonofe de cada dia mesmo: é mais rápido e me dá mais satisfação em ver todos comendo felizes.

O foco agora é terminar meus projetos no trabalho antes de sair de licença e pouco a pouco ir arrumando a casa para a chegada do baby. Mas com calma, muita calma e de preferencia dando uma cochilada aqui e ali quando conseguir.