29/03/2016

Por

Ana

Essas duas primeiras semanas de licença maternidade passaram voando. Foi o tempo que eu precisava para botar a cabeça e a casa em ordem. Não foi fácil me desligar. O primeiro dia fiquei até meio perdida, sem saber por onde começar. Para quem sempre está correndo, poder levar a vida a lentos passos, não é simples.

Tédio eu não tive, alias planejei minha primeira semana, digamos assim, de forma positiva. A agenda estava cheia de cafés, almoços e outras coisas legais importantes. Até o holandês comentou que uma semana livre do trabalho dava resultados aqui em casa: pintei a escrivaninha das crianças, chamei o marceneiro para terminar de arrumar umas coisinhas, lavei cortinas, arrumei armários e por ai foi. Não parei um minuto, até bronca da obstetra levei. Precisava descansar.


Na segunda semana continuei tomando meus cafés e visitando minha manicure, mas desacelerei. Ouvi os conselhos da obstetra e me dei ao luxo de descansar pelo menos uma hora por dia. Não consigo dormir, mas o corpo agradece o repouso.

Quem também agradece a presença materna são as crianças. Elas seguem indo para a escola e ficam alguns dias no naschoolse opvang, uma especial de creche no período da tarde. No entanto, por estar em casa, consigo ir busca-los mais cedo, preparo o jantar com antecedência e fazemos passeios que antes só fazíamos nos finais de semana. Tenho brincado mais com o Miguel e me dedicado mais a Julia: pintamos, fazemos pulseiras de miçanga, assamos bolos e conversamos bastante.

Por mais que não esteja tão disposta nesses últimos dias – o corpo pesa – estou com a cabeça tranquila. Não tenho stress e muito menos pressa e isto, meus amigos, isto é precioso. Me tornei uma mãe paciente, quem diria! Tenho aproveitado esses momentos, seja com as crianças, com o marido ou nos cafezinhos com as amigas. Sei que não me resta muito tempo, em duas, no máximo três semanas, este bebezinho vai chegar trazendo muito amor e poucas noites de sono.