05/09/2017

Por

Ana

Depois de anos de Espanha, achamos que era hora de desvendar novas praias em nossas ferias de verão. Ficamos em duvida sobre o destino ideal para uma família de 6, incluindo um bebe que se arrasta pelo chão e uma carinhosa avó que no momento não pode carregar peso. Eu queria muito ir a Grécia, não conheço o país e suas famosas ilhas, mas o medo de um verão beirando os 40 graus me fez desistir da empreitada.

Foi uma amiga holandesa que nos deu a dica de Lagos em Portugal. Já havíamos estado no país no ultimo final de ano e gostamos muito desta terra, do seu povo acolhedor, da culinária e dos vinhos. Eu buscava a comodidade de um hotel mas queria um apartamento com cozinha e sala. Gosto de me instalar em uma casinha quando viajo com as crianças: posso cozinhar se necessário e temos um espaço para nós dois quando os pequenos dormem.

Encontramos a combinação perfeita no Boavista Golf Resort & Spa. Alugamos uma apartamento para 6 pessoas que nos surpreendeu: era maior do que imaginávamos e continha tudo o que precisávamos para uma bela estadia em família (leia-se maquina de lavar louça, roupa, secadora e uma boa cafeteira). Alem disso, nossa acomodação dispunha de quartos amplos, dois banheiros, ar condicionado em todos os cômodos, um quintalzinho para chamar de meu, um gramado para o Rafael rolar e 3 piscinas para a alegria geral da família.

croquete holandês <3

Nossos dias eram lentos, com uma rotina que se resumia a praia de manhã, almoço em casa (estilo holandês com salada, pães e frios), piscina de tarde e jantarzinho fora. Isso com uma ou duas sonecas do Rafael durante o dia. A grande vantagem de Lagos é que as praias são próximas: dirigíamos apenas 10 minutos do hotel para a areia e para o centrinho da cidade, bem cômodo com crianças pequenas. Fizemos vários passeios pela região – meu marido é hiper ativo nas ferias – e como as distancias eram curtas, ninguém se cansava ou reclamava das excursões boladas pelo pai.

Nos alertaram sobre a super lotação no Algarve nesta época do ano e sinceramente achei tudo bem tranquilo, pelo menos na região de Lagos. Íamos para a praia cedo, então chegavamos antes da massa – e voltávamos para casa volta das 12:30. Como há muitas praias, achei que os turistas ficavam bem distribuídos. Não tive em nenhum momento a sensação de falta de privacidade na areia, quando alguém sem querer se senta na sua toalha, sabe?

Os restaurantes sim ficavam bem cheios e logo no primeiro dia descobrimos que fazer reserva era quase obrigatório. Fizemos lição de casa: perguntamos a amigos, hospedes do hotel e a internet os melhores lugares de Lagos. Escrevemos uma lista e reservamos bravamente nossas mesas. Não foi nenhum castigo e comemos divinamente bem – vou publicar a lista depois em outro post.

Nós descasamos, recarregamos as energias (sol!!) e as crianças se esbaldaram no melhor sentido da palavra. Fizeram amigos, nadaram muito na piscina, construíram inúmeros castelos de areia, dormiram com a avó, experimentaram novos sabores (almeijoas, camarão, etc) e tiveram um delicioso verão.

Eu dormi, li, escrevi, dormi mais um pouco, tomei sol, tomei vinho e me empanturrei de peixes, mariscos e pasteis de nata. Fomos muito bem recebidos pelos portugueses que acolheram meus filhos da melhor forma possível: sempre havia uma mesa maior para a minha numerosa familia, sempre havia um pedaço de pão para o Rafael quando ele se punha a chorar, sempre havia uma pergunta curiosa sobre nossas origens (nós falamos 3 línguas quando minha sogra esta presente: português, holandes e espanhol) e sempre havia um olhar carinhoso, mesmo quando o Rafael dava seus estridentes gritos.

Obrigada Portugal pelo carinho, já gostávamos de ti, agora viramos fãs.