13/11/2017
Por
Ana
Foi de ultima hora que recebi um convite para um congresso em Dublin. Me organizei no trabalho, me organizei em casa e aceitei a proposta. Reservei a passagem, o hotel e fiz as malas. Sai de Amsterdam em um tarde de terça sem muitos planos. Sabia que teria o congresso na quarta e que na quinta voltaria pra casa. Apenas isso.
No trem para Schiphol, o aeroporto de Amsterdam, comecei a pensar como irira preencher minhas horas na Irlanda. Nunca havia estado em Dublin. Uma certa euforia tomou conta da minha pessoa. Tipo excursão de escola, mas sozinha. Alias, viajar sozinha nao é o meu forte: eu ja viajei inúmeras vezes sem o marido ou sem as crianças, mas quase sempre acompanhada de amigas ou de alguém da minha família.
Não estava apreensiva por estar sozinha, apenas curiosa onde essas horas comigo iriam me levar. Perguntei online (viva o instagram) se alguém tinha dicas do que fazer em Dublin, e você, tinha ! Você me passou os melhores lugares para visitar na cidade, inclusive dicas de passeios e comidas. Não poderia fazer tudo pois indo a trabalho teria pouco tempo livre, mas fui com a certeza de ter a melhor programação turistica graças a sua ajuda. Obrigada !
O voo de Amsterdam a Dublin é curtinho, 1 hora e 40 minutos. Há uma hora de diferença, o que me deu uma hora extra de passeio na cidade. Fui de taxi até o hotel, uma corrida de 20 minutos e 20 euros, deixei as malas e sai caminhando. Fiquei neste hotel, na Pearse street, a localizacao era perfeita: 10 minutos andando até escritorio do Google (onde teria o congresso) e a 10 minutos a pé do centro.
Primeiro dia: Trinity College, Gafton street, Temple bar & Halloween!
Caminhei sentido Trinity College, um dos lugares que queria conhecer. Estava escuro, infelizmente os dias são curtos nesta época do ano, o sol se põe por volta das 5 da tarde. A escuridão no entanto combinava perfeitamente com a ocasião: Halloween! Pois é, foi sem querer, mas não poderia ter escolhido dia melhor para conhecer Dublin. Sabia que o Halloween começou na Irlanda?
Casas decoradas, crianças e adultos fantasiados coloriam as ruas da cidade. Na Holanda não temos esta tradição, pelo menos em Amsterdam, no bairro onde eu moro, não comemoramos esta festa. Caminhei meio perdida pelas ruas, encontrei o Trinity e segui para a Grafton Street, uma rua de lojas. O comercio estava fechando, mas as luzes revelavam o charme de uma larga rua com grandes marcas. Econtrei o O’Donoghue’s um dos pubs mais tradicionais que segundo você me disse “serve a pint mais deliciosa de toda cidade”. Resolvi deixar a cerveja para mais tarde, estava faminta.
Continuei andando no sentido do Temple Bar, onde eu comeria um tradicional fish & chips com vinagre – eu amo vinagre. A verdade é que a fome apertou e eu resolvi decidir comigo sobre o que fazer naquele momento. Isto é o mais relax de viajar sozinha: você faz o que te da vontade, fácil, né?
Encontrei um restaurante bonitinho e com uma cara apetitosa chamado BBQ. Eles tem uma mesa larga na vitrine de cara para a rua. Pedi um spare ribs (que mais parecida uma filé de brontossauros), um vinho branco geladinho e fui feliz. Comi lambendo os dedos enquanto apreciava a rua. Foi engraçado ver os passantes olhando para o meu prato (e dos outros) enquanto caminhavam pela rua.
Terminei a refeição e continuei com a caminhada. Dublin é pequena e fácil de andar a pé. Senti falta da minha bicicleta, mas acho que não teria coragem de pedalar nas ruas sem ciclovia, ainda mais com a mão esquerda – se não fosse pelos avisos no chão “look left” ao atravessar a rua, acho que em algum ponto teria sido atropelada.
Cheguei ao Temple bar, um dos pontos mais turisticos da cidade junto com monstos, demônios, cinderelas e Harry Potters. Pedi uma guiness, sentei num banquinho e ao som de musica ao vivo irlandesa, observei a multidão que passava. Foi o climax irlandês da viagem. So faltou achar um trevo de 4 folhas na rua.
Segundo dia: congresso, Ka.entre.nós e passeio de barco
No segundo dia acordei cedo e fui trabalhar. Desta vez pude ver mais da cidade, fazia sol e uma temperature boa, por volta dos 13 graus. Cheguei ao escritório do Google e me preparei para um dia de palestras e workshops. Era a mais velha de um grupo bem internacional: noruegueses, finlandeses, holandeses, belgas, franceses e suecos. Foi super bacana conhecer o HQ europeu do Google. Eles tem tudo o que voce pode imaginar dentro do prédio: restaurantes, cafés, gym, barbearia, manicure… acho desta forma ninguem precisa sair do trabalho. Nao sei se é muito saudável no final, mas achei interessante.

vista do Google HQ
O dia foi bom, renovei meus conhecimentos, aprendi coisas novas e tive um lunch meeting bem produtivo. Terminamos no final da tarde o que me dava 2 horas livres até o jantar. Aproveitei para bater perna e reencontrar uma amiga querida: a Karine. Também havia planejado um encontro com a Nivea, mas infelizmente ficou para próxima. Com uma viagem de ultima hora e o tempo curto, foi dificil conciliar todos desejos.
Tomei um drink anos 80 com a Ká na porta do trabalho dela, foi jogo rápido mas como sempre, uma delicia. A Karine é super divertida, uma daquelas pessoas que eu nao vejo muito mas quando eu a encontro a conversa flui.
Nos despedimos e eu segui para meu ultimo compromisso em Dublin, um jantar a bordo do La Perniche. Quando me falaram que iriamos jantar em um barco, em um canal, eu já me vi nos canais de Amsterdam. Moro na beira d’água, na cidade dos canais, né gente. Tamanha foi minha surpresa quando vi o tal barco irlandês: parece uma balsa, praticamente da largura do canal e se movimenta de uma ponta a outra. Só.
Não estou menosprezando o barco. A noite foi super agradável e a comida estava deliciosa, mas para quem mora em Amsterdam, navegar por uma canal toma outras dimensões: os barcos holandeses navegam pra valer, atravessam canais, fazem curva, desviam de outros tantos barcos e se movimentam mais do que pra frente e pra trás. Enfim.
Foram dois dias cheios e produtivos. Até que consegui ver bastante coisa da cidade graças às caminhadas. Da Irlanda eu guardo boas memorias. Achei Dublin bem internacional. A cidade é graciosa e o povo muito simpatico. Espero voltar um dia com mais tempo e na companhia dos meus filhos e meus pais. Adoraria ver mais do país e ter tempo para encontrar pessoas queridas como a Karine e a Nivea.
Ana, que legal que você gostou de visitar a “minha” cidade! E sim, pedalar aqui não é fácil. Já pedalo há alguns anos e mesmo com minha experiência, fico insegura algumas vezes. Não tem ciclovia e muitos motoristas não respeitam o ciclista, principalmente taxistas. Mas pra ser justa, muitos ciclistas quebram as regras de trânsito também. Complicado!
Eu adorei sua cidade, Barbara! Queria ter ficado mais tempo. Pois é, não tive coragem de pedalar. Achei confuso, principalmente com a mão esquerda.