02/10/2012

Por

Ana

Vou confessar uma coisa: eu não sei dizer não. Quer dizer, para as crianças eu até falo (eita mãe boa ruim), mas para o restante do mundo eu tenho uma certa dificuldade.

E desde que deixei de morar em apartamento essa dificuldade tem aumentado. Toca a campainha, “a senhora quer contribuir…”, ok, eu ajudo. E lá se vão dois eurinhos. Poxa, só uma moedinha.

E hoje não foi diferente. Bateram na porta, levantei da mesa, Miguel começou a protestar – com toda razão, quem mandou eu ir abrir a porta com o jantar do menino nas mãos! – enquanto Julia gritava da cozinha que queria ver quem estava na porta.

“Oi, meu nome é Tommy e eu faço parte do grupo…” E antes que ele terminasse a frase eu pedi para ele voltar mais tarde. Veja bem, eu não disse “não, obrigada”, “sem interesse” ou dei qualquer desculpa esfarrapada. Eu pedi que ele voltasse… e ele voltou. Óbvio.

E sendo assim o Astma fonds (fundo de pesquisa contra asma) ganhou mais um contribuinte. Eu até pensei em não ajudar, mas não tive como negar o pedido do tal do Tommy. “Se você mudar de idéia, pode cancelar sua contribuição por telefone”, ele ainda me disse. Sim, porque aqui na Holanda você doa por mês e pela conta bancária.

Agora me pergunto, será que vou ter coragem de ligar para dizer não?

Hummmm não.