26/11/2014

Por

Ana

Vou te dizer uma coisa, a Holanda é o país dos tamancos, das tulipas, dos moinhos e dos piolhos! E olha que eu nem imaginava que havia piolhos nesta terra, quem diria que eles sobreviveriam ao frio holandês.

Pois bem, se seus filhos frequentam a escola holandesa, você já deve ter sido confrontado com o assunto. Nas escolas existem até os luizenouders, pais voluntários que se prontificam a controlar as cabecinhas alheias uma vez por semana (ou por mês, dependendo da escola). Se seu filho(a) for um dos afortunados, você recebe um telefonema ou email da escola comunicando que bingo: seu filhote tirou a sorte grande. Cabe a você, pai, mãe, responsável, tratar o ocorrido com urgência evitando que a praga se espalhe pelo resto da classe – o que acontece anyways.

Receber um comunicado desses parece humilhante, mas não é: piolho não tem nada a ver com higiene. Piolho aliás, não pula, caminha, passa de uma cabecinha à outra. E para dificultar a sua vida, ele bota ovos na velocidade da luz. Um porre. A única vantagem – se é que existe uma – é que por ser algo tão normal por aqui, ninguém se envergonha de ter os bichinhos na cabeça, fica naquela categoria “é meio nojentinho, mas acontece”. Ninguém gosta de picada de inseto estranho, não é? E barata não entra em casa limpa? Então, com piolho é a mesma coisa.

O duro é que por ser algo que acontece com uma certa frequência, acaba se tornando menos importante, o que não contribuiu para a devastação da espécie. Eu sinceramente me pergunto se todos os pais controlam e tratam as cabeças das crianças, o que é realmente uma trabalheira. E o conselho aqui não é encher a cabeça do seu filho querido com produtos químicos, e sim passar o pente fino freneticamente dia sim, dia não.

Encare o piolho como parte da vida infantil holandesa. Por exemplo, se você levar seu filho em algum salão para cortar as madeixas, ele passará por uma pequena vistoria. O profissional irá olhar algumas mexas, controlar o couro cabeludo e case encontre lêndeas ou piolhos, ele não passará o pente e muito menos a tesoura. A criança será recusada. E quer saber: não é nada pessoal! Acontece. Acontece com frequência.

Caso você more na Holanda e tenha filhos com menos de 4 anos (a idade escolar), não se assuste. Aliás, este não é o intuito deste texto. Encare estes parágrafos como uma conversa de comadre – uma comadre que está de saco cheio desta praga. E talvez você, diferente da minha família, tenha sorte em matéria de piolhos. Veja só, nem todas as crianças pegam, outras no entanto pegam com muita frequência – e passam para os irmãos, pai, mãe e avós deixando a família inteira desesperada e com picor na cabeça!Enfim, nós continuaremos aqui firmes e fortes na operação pente fino. Tão divertido.

Agora, se você for mãe ou pai com filhos em escolas holandesas, me diga uma coisa: quando é que esta fase passa? Se durar até a middelbare school não precisa me dizer, outras sugestões em como exterminar a espécie, são aceitas!