13/09/2012

Por

Ana

A Holanda passou a noite contando os votos. Isso mesmo con-tan-do.
Literalmente, um por um.


Foto: ANP


Porque, veja só, apesar de vivermos em um país moderno, de primeiríssimo mundo e minúsculo pequeno, votação aqui funciona de maneira arcaica. Nada de sistema eletrônico. Aqui a gente usa papel e lápis vermelho. É, tem que ser vermelho.

O voto a gente pinta. Colore uma bolinha com o nome do partido e candidato escolhidos. O papel, à propósito, é enorme. Parece um mapa de Amsterdam – daqueles que a gente compra dobradinho, abre e nunca mais consegue voltar a dobrar da forma inicial.




Cédula de votação holandesa. Cada coluna representa um partido.



Ah sim, é época de eleições. Ontem foi dia de votar, e eu, como meia cidadã holandesa fui convocada a participar. Quer dizer, convidada, porque votação aqui não é obrigatória.

E eu fui, ou melhor, mandei o marido no meu lugar porque estava com dor de barriga em casa (mas isso é assunto para outro post, ou não). E pode pedir para alguém votar por você? Pode. É, aliás bem fácil. Você recebe seu stempas ‘passe de votação’ pelo correio, em casa. Daí você vai em algum posto para votar dentro da sua cidade. Pode ser qualquer um desde que seja na mesma cidade onde você está registrado. E se você tiver com dor de barriga (ou qualquer outra dorzinha), você assina atrás do seu passe que outra pessoa vai votar por você.

Sendo assim, o meu marido pintou duas bolinhas vermelhas ontem. Uma por mim, outra por ele. Devia ter levado a Julia com ele, porque ela sim, adora pintar. Mas sua cor favorita é rosa, o que provavelmente anularia o voto…

PS: se você quiser saber mais sobre a política holandesa e as eleições parlamentares nesse monarquia de moinhos, vale a pena ler esse artigo do Ducs Amsterdam (em português, claro)