03/04/2013

Por

Ana

Quando morava no Brasil, páscoa para mim era o feriado em que íamos para Minas Gerais na casa da minha avó. Tinha bacalhau na sexta-feira santa e mais um monte de comilança nos outros dias. Também tinha ovos de chocolate, que eram escondidos pela fazenda. Pra mim sempre foi um feriado farto e em família.

Já na Holanda essa páscoa em família não existiu até os meus filhos nascerem. A família do marido não comemora esse tipo de feriado e quando éramos dois também não fazíamos muitas coisas não. Mas isso mudou com a chegada dos pequenos. E este ano aproveitando que estaríamos livre na sexta e na segunda, resolvemos ir viajar. Mas para onde?

Queria ir para as ilhas no norte do país ou para o litoral belga. Mas com o frio que insiste em não acabar, desisti da idéia de praia. Fazer uma city trip com as crianças acho puxado, mesmo porque eu queria descansar e curtir o feriado com a família. Ai veio a idéia de ir a um vakantiepark.

Miguel e Juju curtindo nossa casinha de férias

Se você mora neste canto do mundo já deve ter ouvido sobre este conceito “parque de férias”. O nome já diz: é um parque com chalés (bungalow) para passar férias. Até ai, tudo bem. Mas o holandês olhou torto quando citei o nome vakantiepark. O que pode ser super legal, também é um termo quase pejorativo por aqui. É que meu querido marido não se viu em um dos pequenos e simples chalés no meio do bosque com outras 200 famílias holandesas…

Tive que convencê-lo que valia a pena tentar. E valeu mesmo. As crianças amaram. A Julia então, nossa, estava numa alegria que dava até vergonha. Parecia que nunca tinha saído de casa. Para a gente foi um final de semana gostoso, tranquilo mesmo. Fizemos bastante passeios e não ficamos somente no parque, o que foi ótimo.

Apesar do frio e da neve fomos dar uma andada pelo bosque

Escolhemos um lugar lindo, no meio do Veluwe, uma área verde no leste do país cheia de bosques, campos e muitos animais. A casa era bem simples, mas completa. Tinha de tudo: dois quartos, um banheiro, uma salinha com rádio, TV e lareira e uma cozinha com mesa de jantar. A desvantagem é que você tem que levar muita coisa de casa porque o chalé é equipado de pratos, talheres e copos, mas não há comida nenhuma na casa {nem sal e açúcar}. Havia por exemplo uma cafeteira e nós recebemos um pacote de boas-vindas com chá e pó de café, mas esqueceram do filtro {que eu também não tinha}, então no fim o café não serviu pra nada. Mas isso foi o de menos, fiz umas comprinhas antes de partir e abasteci nosso chalézinho com coisas gostosas para comer. Fora isso, há um restaurante e um mercadinho no parque, então de fome ninguém morre!



Esquilos “congelados”

O que as crianças mais gostaram foram o brinquedão do Speelbos. Tinha piscina de bolinhas, pula-pula, carrinhos, escorregadores, de tudo um pouco. Até o Miguel se divertiu. Também há alguns parquinhos espalhados pelo parque mas com o frio que fazia acabamos optando por ficar nos brinquedos indoor.

Workshop com a mamãe: primeiro ela fez uma torre de doces, depois fizemos uma galinha para a páscoa

E páscoa não é páscoa sem ovos de chocolate! No domingo o parque organizou algumas atividades para as crianças e a Juju adorou. Saiu em busca dos ovinhos de chocolate pelo parquinho. Achou 5 e era só alegria.

Mãe gripada porém presente

Além do parque, aproveitamos para conhecer a cidade de Apeldoorn. Nevava muito, então só demos uma voltinha no centro e logo fomos comer uma bitterballen em um café.

Miguel ama suco com canudinho

Para fechar a viagem, decidimos sair do nosso chalé mais cedo e ir visitar o parque nacional do Hoge Veluwe, um dos lugares mais lindos que eu já vi neste país. É uma reserva verde, cheia de campos e bosques. Também há 3 museus no parque, um deles, o Kröller-Müller conta com a maior coleção particular de pinturas e desenhos de Vincent van Gogh. Vale a pena a visita.