04/08/2013
Por
Ana
conversar com a professora da Julia. Tive o chamado “portifoliogesprek”, um
bate-papo de meia hora entre a aluna {Juju}, a juf {professora} e os pais {eu}
para se informar e discutir sobre o desenvolvimento da minha filha na escola.
não esperava muito desta conversa: a Julia tem 4 anos e frequenta a escola há 3
meses. Eu vejo que ela gosta de lá, sai de casa feliz todas as manhãs e volta um
caco no final do dia de tanto brincar. Algo perfeitamente normal e saudável
para sua idade, acredito.
conversa foi interessante, adorei saber mais sobre suas preferências
na escolinha. Digamos que eu já tinha a
leve impressão da minha filha optar por atividades como ginástica e parquinho,
mas fiquei surpresa e contente ao ouvir que ela também adora brincar
com letras e cifras.
ter uma tagarela de plantão em casa, quando o assunto é escola, Juju não se
demonstra tão falante.
seu dia?
diálogo nosso de cada dia. Além de “legal” ouço frequentemente um “ik
weet het niet”, eu não sei. Complexo
você não sabe?” E ela me dá os ombros.
acostumar com a idéia de não saber o que acontece com a minha filha nas horas
em que ela está na escola. Quando ela ainda frequentava a creche, as professoras sempre me passavam o relato do
dia quando ia buscá-la. Eram detalhes {anotados em um caderno} sobre quantas horas
de soneca, quantas idas ao banheiro, o que comeu, com quem brincou…
que logo no começo da vida letiva da Julia, a professora havia me recomendado fazer perguntas mais diretas, do tipo “você brincou no parquinho hoje?”;
“Leu livro?”; “Fez um desenho?”. O resultado para ser sincera, é que além da
conhecida resposta “eu não sei”, eu ouvia de vez em quando um “sim” ou “não”.
Então eu sabia que ela tinha ido à educação física, mas não passava disso.
amiga me deu uma dica muito legal. Foi mais ou
menos assim: pergunte o que ela mais gostou no dia {het
allerleukste}. Depois que ela responder, pergunte o que ela menos gostou!
É muito
interessante ver ela pensando sobre a resposta. Ok, muitas vezes o mais legal
foi “brincar no parquinho” e o menos legal foi “ir pra casa”, mas mesmo assim,
vale tentar só pra ver a carinha dela, refletindo.
“Eu não gosto
de tikkertje spellen” {brincar de pega-pega}, ela disse durante o bate-papo. E
disse que não gostava porque ela não era muito boa na brincadeira.
Apesar de sua voz doce, percebi que o assunto era sério para ela. Julia, 4 anos, não é boa em pega-pega. Hmmm. E antes mesmo de eu dar uma resposta, a professora reagiu: “E o que a gente faz quando não é
muito bom em alguma coisa?”, perguntou a juf. “A gente exercita”, respondeu uma Julia
confiante.
Tenho
certeza que dentro de alguns meses minha filha vai ser ótima em pega-pega, mas o
que valorizo mesmo é essa dose de positivismo que incentiva a praticar,
melhorar e que diz que tudo vai ficar bem. No fundo, o tal do portifoliogesprek
serviu mais para conhecer a professora do que a minha própria filha.
