17/11/2013
Por
Ana
Eu me considero uma pessoa de sorte nesta vida, não somente pelo fato de eu ter saúde, duas pernas, dois braços e uma cabeça funcionando. Eu também tirei a sorte grande pois tenho duas casas. Uma que chamo de lar e fica em Amsterdam e outra que chamo de lar em São Paulo.
Eu sai, é verdade, há muitos anos da minha casa brasileira. Primeiro para morar no interior do estado à trabalho, depois conheci o holandês, fiz as malas, catei a cuia e vim parar aqui nesta terra fria de moinhos. Tecnicamente falando minha casa brasileira não é mais a minha casa, no entanto, meu coração de expatriada diz outra coisa. No Brasil não vou para o apartamento dos “meus pais”, eu tenho lar doce lar, isso sim.
Mas não basta ter casa no exterior, tem que ter tempo e euros para visitá-la. Então aproveitando que a Julia, pela última vez em sua vida letiva, pode tirar férias quando Deus e a mãe dela quiserem (depois que ela completar 5 anos a festa acabou, ela só poderá folgar durante as férias escolares) e o Miguel ainda não havia completado dois anos, ou seja, poderia viajar de graça (e no colo!), decidimos que era o momento de arrumar as malar e partir para o Brasil!
E assim o fizemos. Desta vez com o time completo: pai, mãe, filha e filho se juntaram à outra metade da grande família brasileira. E por duas semanas, nós moramos na nossa casa paulistana. Por que é assim que nos sentimos quando estamos por lá, em casa.
Aproveitamos muito. Visitamos parques, tios, tias, pulamos na piscina, caímos no mar. Comemoramos o aniversário do Miguel, comemos muito, bebemos bastante e demos muita, mas muita risada. Curtimos a família até o último minuto. Dia após dia.
E por mais que a tristeza na hora de partir seja imensa, por mais que o adeus seja sofrido e a vontade de fica seja enorme, há uma vantagem em morar no exterior: você está sempre voltando para casa, independente do destino marcado na sua passagem de avião. Quando chego em São Paulo, tenho a sensação de nunca ter deixado aquela cidade, mas quando o avião aterrissa em Amsterdam, também sinto que estou em casa. Acho que o ditado aqui embaixo tem razão: “casa é onde o coração está”.
Que lindo ponto de vista!!!
Tb sou expatriada e tenho esse coração dividido, mas nunca tinha pensado nessa vantagem de estar sempre "voltando pra casa".. adorei!!!
Beijos – da leitora antiga, mas sempre quietinha aqui! 😉
Oi Gabi, obrigada pela mensagem e por seguir o blog 🙂
Ana, por mais que eu quisesse (e eu queria muito) eu não me sinto assim. Estou aqui em São Paulo (que eu não chamo mais de casa) contando os dias para voltar para Dublin. Me arrependi horrores de ter vindo por tanto tempo (quase 4 semanas). Agora eu me dei conta de que preciso esperar mais alguns anos para voltar e ficar no maximo por 15 dias.
Um beijo
Poxa, Nivea, que pena. Eu já senti isso, quer dizer, em algumas férias quis voltar para a Holanda, senti falta da minha cama, das minhas coisas. Mas estas últimas férias foram tão tranquila que por mim ficaria mais um tempo 🙂 Espero que sua estadia em SP melhore, logo logo você estará em Dublin novamente. Beijo.
Ounnnn…
Que linda declaração de amor!
Que Deus abençoe você(e seu bom humor!) e sua família linda!