25/02/2014

Por

Ana

Ainda não vi neve neste inverno. Estamos no fim de fevereiro e até agora foram poucos os dias em que o termômetro mostrou seu lado negativo.

A temperatura está amena, zacht, como os holandeses dizem. E a natureza responde: os botões estão brotando e o verde vai, aos poucos, tomando o lugar do marrom queimado de inverno. Não está calor, longe disso, mas já dá pra sair mais para a rua, ficar mais tempo no parquinho, curtir um pouco a vida fora de casa.

Esses dias, aproveitando o solzinho que batia nos fundos de casa, resolvi abrir a porta do quintal. E um novo mundo se apresentou para o Miguel, acho que meu filho nem lembrava desta parte da casa. Veja bem, as portas que vão para o jardim estão fechadas desde outubro, quase seis meses. Meu filho tem 2 anos e 3 meses. Meio ano para ele significa muita coisa, muita vida.

E criança aprende rápido: em minutos ele percebeu que estava livre para brincar lá fora. Redescobriu a casinha de madeira que eles ganharam no último verão, achou um caminhão de plástico, dois baldinhos e 3 banquinhos. Chamou sua irmã para brincar e lá eles ficaram, de jaqueta e gorro, curtindo o quintal de casa. Logo em seguida ele encontrou o escorregador e não quis nunca mais, mas nunca mais mesmo, sair de lá.

O sol se foi, o jantar ficou pronto, começou a escurecer e o Miguel voltou do quintal, chorando para dentro casa. Lágrimas de crocodilo, de criança feliz que queria brincar só mais um pouquinho.

– De laatste keer, mama; a última vez, mamãe.

E assim ele foi, 8 vezes seguidas, pela última vez no escorregador.