09/06/2014

Por

Ana

Hoje foi feriado na Holanda, uma benção porque além de estarmos livre, fez sol. Aliás temos calor há dias. Termômetro batendo nos trinta graus e a holandesada pirando. Nós fizemos churrasco, pulamos na água, fomos ao parque, andamos de barco. Aquele desespero todo para aproveitar o bom tempo ao máximo antes que ele nos abandone.

Mas apesar da euforia de verão, abusei do feriado para botar a casa em ordem. Esta semana viajo sozinha, marido e filhotes ficarão em casa o que exige uma certa organização. Não é a primeira vez que parto sem a família (e tampouco será a última), confio plenamente no meu holandês que cuidará muito bem da cria, mas, no entanto, contudo, porém, sei que viajo mais tranquila quando a casa está em ordem, a compra está feita e a comida está pronta em potinhos congelados no freezer. Sem falar na roupa lavada. Sou tão Amélia.

Arrumei a mala e cozinhei para três dias.

E em véspera de copa do mundo, o único esquema aqui de casa é o das crianças: que horas levar, buscar, trazer + aula de natação, ballet, festinhas de aniversário e outros compromissos. Está tudo lá, escrito em uma folha de sulfite amarela ovo com o título “mamãe vai viajar”. Até meus sogros entraram na dança, vão buscar as crianças dois dias na escola, incluindo banho e jantar. Parece sacrifício, mas eles estão felizes da vida planejando esses dias com os netos.

Eu amo esses meu dias sozinhas, talvez seja egoísta, mas me faz um bem danado. É um trato que tenho com o marido: ele viaja com os amigos e eu com as amigas. Fazemos isso todos os anos, há anos. Penso muito nos meus filhos neste dias, claro. Tenho saudades das crianças e do meu querido holandês, mas volto renovada, cheia de energia.

Acho até que toda mãe se deveria dar o luxo de ficar uns dias sozinha. Para botar a cabeça e o corpo em ordem. Nem que seja para poder dormir até mais tarde sem se preocupar com a lancheira e o jantar – já mencionei que consigo ler um livro inteiro nesses dias?

E o melhor das férias é a garantia da volta para casa. Aqui pelo menos sempre há duas certezas: família morrendo de saudades e um cesto de roupa suja imenso!

E eu amo muito tudo isso.