26/02/2016
Por
Ana
Uma das “desvantagens” desta terceira gravidez, é que eu tenho deixado tudo para a ultima hora no quesito baby. Pois é, o fato de já ser mãe, me coloca em uma posição de luxo onde eu acredito que tudo vai dar certo e que eu ainda tenho um mar de tempo até meu filho nascer.
Tolinha, eu.
Estou de quase 34 semanas e não tenho nada pronto. Simples assim.
Quando grávida da Julia, minha primeira filha, a coisa foi diferente: eu não tinha absolutamente nada de bebê em casa, então tive que comprar absolutamente tudo, coisa que fiz com uma mega antecedência de mãe de primeira viagem. Com o Miguel, meu segundo filho, já dispunha de muitas coisas, então foi mais fácil, comprei só o que realmente fazia falta e umas coisinhas extras. Agora com este terceiro, eu tenho umas caixas fechadas com roupas, berço e carrinho desmontados. E sabe, parece que não tenho pressa.
Estou segura, sei que na realidade um bebê precisa de poucas coisas. E como nunca fui de enxoval ou enorme lista de compras, sigo tranquila. Fora isso, se precisar de algo é só sair de casa e ir buscar. Ou pedir para o marido comprar, ou pedir online, tá fácil.
Mas mesmo com essa serenidade toda pairando sobre minha cabeça, sei que tenho um deadline: as 40 semanas que completo em abril. E também sei que é aconselhável ter tudo pronto a partir de 36 semanas. E quem melhor para me confirmar isto do que a kraamzorg?
Pois é, como um wake up call, recebi a visita da kraamzorg.
De quem?
Deixa eu te contar: aqui na Holanda, depois do parto, todas as mulheres tem direito a uma assistência chamada kraamzorg. É como uma enfermeira que vem em casa logo após o nascimento para ajudar nos primeiros 8 dias de vida do bebê. Se o parto correr normalmente e a mãe ou o bebe não precisarem de internação, eles recebem alta médica poucas horas após o parto. O Miguel, por exemplo, nasceu às 4 da manhã, às 8 eu já estava tomando café da manhã em casa. Parece absurdo, mas aqui funciona assim, e a ajuda da kraamzorg nesta parte é essencial. O serviço está incluído no plano de saúde básico (que aqui é obrigatório). Existem muitas empresas que oferecem este tipo de assistência, você pode escolher uma a seu gosto e o seguro cobre os gastos, ou parte dele.
Mas voltando à visita: antes da gestante completar 36 semanas, uma pessoa do kraamzorg vem na sua casa conversar sobre o pós-parto e passar informações básicas. Ela pergunta por exemplo, se você já tem o kraampakket em casa, se tem animais de estimação, se existem complicações médicas na gestação, se você vai querer amamentar e se você já decidiu se vai querer ter o parto em casa ou no hospital.
A minha experiencia com a kraamverzorgster, a tal ” enfermeira”, foi positiva. Elas ajudam a dar banho no bebê, tiram sua temperatura, conferem a cicatrização caso haja pontos, verificam o umbigo do recém-nascido, ajudam na amamentação e afins. Isso é o trabalho básico. Se há mais tempo, elas também dão uma força em casa, com as tarefas domesticas leves: passam um aspirador de pó, arrumam a louça, colocam uma roupa para lavar e algumas até cozinham.
Enquanto a senhora do kraamzorg me explicava os detalhes do pós-parto, que boa parte eu havia esquecido, levei uma bela sacudida: estou na reta final e em poucas semanas viverei novamente esta experiência linda e desgastante chamada parto.
Ela ia falando e colocando minha memória em dia. Lembrei dos detalhes de ter um recém-nascido em casa, de como o tempo toma forma própria te fazendo perder completamente a noção da hora, lembrei do meu corpo inchado lutando para voltar ao normal, do cheiro bom que só um bebezinho tem, do calor humano e do contato íntimo com aquele serzinho que acabou de chegar ao mundo. Pensei no leite materno que veio para um filho e faltou para o outro e no amor que nasce junto com uma criança. Me emocionei.
A senhora foi embora deixando um livro, panfletos e milhares de recordações na minha cabeça. Então combinei comigo que assim que minha licença começar, vou botar as coisas em ordem e focar neste bebê, que logo logo estará aqui. Apesar de estar confiante de que “tudo vai dar certo”, sei que está na hora de arrumar a casa para a chegada do nosso menininho.
Ana, meu instinto materno é aqueles que ainda não deu as caras. Tenho um enteado, e sou feliz da vida com ele. Mas esse seu penúltimo parágrafo faz a mais gélida das moças chorarem, rs. Chorei de tão bonito que é. Que você possa aproveitar muuuito esse momento! Beijos
Oi Gabi, obrigada, espero também poder aproveitar este momento. Eu acho que instinto materno a gente sempre tem: seja com os nosso filhos 'de barriga' ou de coração. Bjs
Ana,
Estou com 32 semanas e só iniciei os preparativos agora.
Incrível a tranquilidade que adquirimos na segunda gestacao. Posso contar em uma mão o que realmente necessitamos.
Dará td muito certo! Será o melhor parto!
Beijinhos ensolarados pra vcs.
Rafa
Vai dar tudo certo, sim Rafa. E para você será muito especial, com sol, família e muito carinho! Aproveite. Beijos
Menina, Cori nasceu no Brasil e minha mãe chegou a pensar que eu estivesse deprimida, pois cheguei lá com 32 semanas e tudo oque ele tinha era, carrinho, maxicosi e um par de meias hahhaha
Fico imaginando como seria um segundo, acho que eu levaria bronca da Kraamzorg.
Beijocas e força ai.
Hahaha levaria bronca, sim 😉 Brincadeira, acho que elas entendem que estar "relaxada" faz bem para o baby. Bjs
Com certeza terá uma linda hora com seu menininho que chegará forte e saudável!!!
Amém!