16/03/2017
Por
Ana
Esses dias lembrei de um texto que escrevi há alguns anos sobre os tropenjaren. A expressão significa “anos nos trópicos” e é usada para expressar dificuldade de um certo período, como por exemplo os primeiros anos de uma família com crianças pequenas. É uma comparação meio estranha até, mas se você soltar um “não durmo há semanas” ou “tô cansada de correr atrás dos filhotes” é bem provável que ouça alguém te dizer que são os tropenjaren.
Antigamente o termo correspondia ao tempo em que uma pessoa trabalhava em uma colônia holandesa. E “os anos nos trópicos” valiam o dobro para a aposentadoria: se a pessoa ficasse por exemplo 5 anos na Indonésia, esse tempo contaria como 10 anos trabalhados e ela poderia se aposentar mais cedo. Era uma época dura, de muito trabalho, mas com uma recompensa no final – acho que daí a comparação com a época das crianças pequenas…
Quem tem filho pequeno (ou teve) sabe o quanto é difícil este começo. Eu, com três em casa, me encontro as vezes em uma espécie de maratona: estou sempre correndo, sempre olhando no relógio e sempre cansada. Temos um esquema militar entre escola, atividades extra-curriculares, esporte e as sonecas do Rafael. É meio loucura, nossos finais de semana são cheios, super mega planejados e não há muito tempo para nós dois.
Estamos vivendo a gloria desses tropenjaren. E eles são intensos e custam muita, mas muita energia (fisica e mental). O que me ajuda sobreviver esta fase é que hoje eu entendo que tudo passa. Então por mais corrida que a vida possa ser com criança pequena, por mais cansada que eu esteja, repito para mim mesma: aproveite. E não, ninguém vai me aposentar mais cedo por ter tido três filhos, a maior recompensa será ter passado esses intensos anos com eles.
Compensa sim. Estou falando como avó de um casal de netos. Passo 12 horas c eles para ajudar a minha filha. Ao fim de semana são tds dela. O tempo q ñ tive para dedicar à minha filha dedico agora aos meus amores. Desejo q tenha mt saúde e vida para os criar. Um abraço.
Que bom que voce pode se dedicar aos neto, Maria Teresa. Sinto tanto a falta da minha mãe nessas horas. Um abraço, Ana.