12/08/2021

Por

Ana

Nossa experiência em Alagoas

Ok, ok, não vou escrever um super post com as “melhores dicas de Alagoas” por que acho que no fim fizemos bem menos do que tínhamos programado. Tampouco passamos tempo suficiente por lá para virarmos expert sobre o território. Mas vou contar um pouco sobre nossa experiência em Maceió e Milagres.

Eu queria já há algum tempo vir para Alagoas com a família. Vim pela ultima vez em 94 quando era xovenzinha (praticamente criança) mas o azul turquesa do mar nunca saiu da minha memória. Amo mostrar as belezas do meu país para minha família e o marzão alagoano estava na lista. 

Apesar deste desejo todo, organizei a viagem de ultima hora. Em ano de pandemia mal tinha esperança de viajar pelo Brasil mas chegando aqui tomei coragem e reservei hotel e comprei passagem. A passagem aliás não foi barata, mas era o que tinha – e tenho a impressão de que o brasileiro esta viajando pelo país devido as restrições da Covid-19 no exterior, então os aeroportos estão cheios e os voos também. 

Oi, Maceió! Prazer em te rever.

Resort pé na areia em Maceió

O plano inicial era alugar uma casa que hospedasse a família toda para evitar contato e ficarmos mais isolados. Mas não rolou. Por budget: tudo o que via estava o olho da cara; e por conforto: não sei você, mas eu adoro um resort. É um luxo que me dou ao menos uma vez ao ano. Não faço absolutamente nada. Tem comida pronta, serviço de quarto e entretenimento. E levando em consideração que viajamos com quatro crianças e dois idosos, achamos a opção resort de praia bem conveniente. 

Ficamos na duvida entre o Ritz e o Jatiúca e acabamos optando pelo ultimo por ser o “único pé na areia em Maceió”. O hotel é bem legal, não é gigante, em três piscinas e fica realmente na areia da praia. Os quartos são amplos, tínhamos duas camas de casal em cada quarto e um bom banheiro. Eles tomam todas as medidas (dentro do possível) para evitar aglomeração, o cafe da manha e jantar, por exemplo, era com horário marcado para não juntar todos os hóspede de uma vez. 

Resort Jatiuca em Maceió. Localização ótima e surto de virose.
vidão

Não volto mais para este hotel

Apesar de ser um hotel cinco estrelas, acho que o serviço poderia ser melhor. O pessoal era extremamente simpático, mas falta uma classe aqui e ali. O buffet também era simples. Gostei muito do café da manhã mas o jantar era fraco. Eles trabalham com noites temáticas mas todas as noites comíamos praticamente a mesma coisa, com adição de um prato especifico como “tacos” na noite latina. Na noite italiana a pizza era dessas congeladas com gosto de papelão. Acho que com pequenos ajustes o hotel poderia melhorar muito! O buffer infantil não estava presente todas as noites o que era bem confuso. 

Outra coisa que nos pegou literalmente foi uma virose brava. Não sabemos exatamente como e por que mas a verdade é que o hotel todo estava contaminado. No café da manhã e nas piscinas a pergunta entre os hospedes era se já estavam com diarreia… super classy. Talvez seja esse o motivo de não ter gostado tanto do buffet, estava alerta para comidas e cheiros, e quando se esta doente, é difícil encontrar algo que caia bem. Devo dizer que a canja de galinha e o minestrone estavam bem saborosos para nossa sorte. 

O hotel foi solicito em nos fornecer agua de coco, chá e trocas de lençóis durante o surto de virose (acho que foi virose, não sou médica, apesar de ter consultado um fornecido pelo hotel. Profissional nada solícito, por sinal, mal olhou na nossa cara e anotou uma receita com dipirona, florax e vonau, que ja estávamos nos auto-medicando) mas foram péssimos na comunicação: não avisaram os hóspedes no check-in sobre um surto, por exemplo. A vigilância sanitária passou no hotel algumas vezes durante a semana mas o hotel não comunicava absolutamente nada! Víamos pessoas entrando e saindo sem saber o que estava acontecendo. Esta desinformação toda foi muito frustrante.

Apesar da localização e estrutura não voltaria com a minha família para o Resort Jatiúca.

O que fazer em Maceió

Maceió tem um mar lindo, de um azul turquesa hipnotisante. Ficamos praticamente na praia do hotel pois alternávamos as idas ao banheiro (por causa da virose) com as pancadas de chuva.

Lendo isso parece que a viagem foi um desastre, né? Mas não foi. Choveu bastante (em julho e agosto chove na região), mas tivemos muitos momentos de sol e as crianças se divertiram muito na piscina e no mar. Como passamos uma semana, tivemos tempo para descansar e nos recuperar, e o principal: estávamos em família. E isso foi o principal motivo da viagem, passar um tempo juntos. 

Praia, caminhadas e artesanato local

Nós curtimos muito a praia do hotel mesmo e fizemos inúmeras caminhadas na orla sentido Ponta Verde e Pajuçara. O mar é quentinho, cerca de 26 graus – nas praias holandesas a média é de 17 no verão – e a maré que oscila muito te permite caminha “mar adentro” próximo ao farol de Ponta Verde. 

Fomos à feirinha de artesanato e ao pavilhão do artesanato na praia de Pajuçara comprar cestos, chapéu e castanha de caju, os melhores souvenires do Nordeste. A castanha daqui não existe de boa. Vale a pena levar uns pacotes na mala.

Passeio de Jangada

Também aproveitamos para fazer um passeio de jangada. A idéia era ir para uma das praias do norte mas com o tempo e o intestino oscilando acabamos fazendo na praia de Pajuçara mesmo. Fomos Kees, eu e Rafael e foi muito gostoso. O jangadeiro era bem simpático e nos levou em duas piscinas naturais, na primeira a agua estava turva pois havia chovido naquela manha e não conseguimos ver nada, no entanto a ideia de estarmos de pé sobre um banco de areia mar adentro era bem inusitada. Havia outras jangadas, uma delas em forma de “bar” servindo caiprinhas feitas na hora e peixe fresco preparados a gosto do freguês em uma espécie de tacho numa cozinha improvisada em alto mar. Brilhante. Simplesmente brilhante. Das coisas que a gente só vê no nosso Brasil! 

Imaginem a cara do meu marido vendo tudo isso? Ele amou. Acha tudo lindo e exótico, bem gringo esse meu holandês. 

Depois da primeira parada o jangadeiro nos levou para outra piscina natural onde mergulhamos com snorkel e vimos muitos peixinhos. A maior surpresa mesmo foi ver meu filho de 5 anos nadando sozinho, boiando de mascara e snorkel sobre os corais. Ele amou a experiencia! Foi lindo de ver. 

O passeio de jangada tem preço fixo de 40 reais por pessoa, crianças com menos de 2 anos nao pagam.

Sao Miguel dos Milagres

Um dos lugares que queria muito conhecer era a praia de Sao Miguel dos Milagres, ao norte de Maceió. Milagres é famoso por sua praia calma, com agua cristalina e também por ser cenário badalado de festas, frequentados pelos ricos and famosos. Estava  mais interessada nas aguas tranquilas do que na badalação. 

Contratamos uma van para ir com toda a família. Há inúmeros receptivos na cidade mas quando se viaja em 13 pessoas, uma van é a melhor opção. Sai mais em conta e nós decidimos o itinerário e a hora de ir e voltar. A viagem dura cerca de 1:45 minutos e passa por estradas movimentadas e trechos menos movimentados entre canaviais e pastos. O visual é lindo! Também cruzamos vilarejos simples com a população local sentada nas portas e as roupas penduradas em varais na frente das casas.

Beach club dos ricos and famosos

Em milagres fomos ao beach club Milagres do Toque, o “melhor” do local. Depois de deixar um salário mínimo na entrada para o nosso day use, fomos escolher nosso lugar à sombra. Um conselho? Reserve com antecedência ou chegue cedo caso queira uma mesa na areia. Ficamos em uma área VIP (mais um salário mínimo, dessa vez transformando em consumação) bem alocada com vista para o mar. 

A estrutura do local é bem bacana, vou ser sincera. Tem piscina, duchas, banheiros limpos, lojinhas, camas confortáveis, redes… tudo isso a beira mar. É tudo muito simples de madeira e bambu mas bem bonito e agradável. Deu para relaxar, curtir mar, piscina e tudo mais, para todos os gostos. Tem muitos “pantsers” como definiu meu marido: muita gente mais preocupada em tirar selfie do que realmente curtir o lugar e apreciar o mar maravilhoso. Vi gente de cabelo e maquiagem feitos na praia. Não julgo, acho que cada um deve fazer o que gosta e se sente bem, mas achei bem interessante e peculiar o publico de modo geral. 

A comida não estava uma maravilha, a maioria chegou frio. Pedi um polvo grelhado com camarões que estava saboroso mas gelado, como se tivessem preparado no cafe da manha para servir no almoço. A porção de macaxeira no entanto estava bem gostosa. 

Passeio de buggy e praia do Patacho

Como meu marido e filhos são do tipo que adoram atividades durante as férias, fomos fazer um passeio de buggy pela região com as crianças. O buggy dirige pelos vilarejos locais, grande parte pela estrada asfaltada. Foi interessante ver mais de perto as casinhas simples do moradores locais, um contraste bem grande com as pousadas e beach clubs de luxo da região. 

Fomos ate a praia do Patacho que é deslumbrante! Acho que se voltar a Alagoas já sei onde me hospedar. Areia fina, mar quente e cristalino com coqueiros na costa. Meu ideal de paraíso! Ficamos pouco tempo por lá mas amei, achei a praia idílica, o tipo de lugar que vale a pena viajar horas de avião e carro para se chegar. 

amor de primos, por esses momentos que viajamos

Se não fosse pela virose teríamos aproveitado muito mais a região, mas de todas as formas tivemos umas ferias gostosas em família, não posso dizer outra coisa. Fico feliz em ter esses momentos com meus pais, filhos, irmãs e marido. Acho tão legal mostrar o Brasil para os meus holandeses e ter um tempo de qualidade mesmo com todos. A gente conversa muito, brinca e dá boas risadas. As crianças trocam de quarto, dormem com as tias, avos, vira uma bagunça boa, daquelas que iremos guardar para sempre na memória.