24/04/2016
Por
Ana
Foi numa sexta-feira cinza e chuvosa que o Rafael nasceu. 15 de abril, na metade do mês. Apesar do tempo chocho, a primavera se esforçava para dar as caras lá fora: a árvore do nosso quintal apontava os primeiros botões, o sinal inicial de que nova vida viria.
Eu tinha contrações irregulares há dias. “Normal para um terceiro filho”, me assegurava a obstetra. Na quarta-feira estava com dois centímetros de dilatação e com dores que iam e vinham. Na sexta me sentia menos disposta e mais preparada para o parto. Com 40 semanas e 4 dias estava pronta, queria que acontecesse. Passei o dia em casa esperando o trabalho de parto iniciar. Falei com a obstetra algumas vezes por telefone e no final do dia ela veio me ver. Me examinou, conversamos e ela me aconselhou a tomar uma boa ducha quente. “Vou jantar do outro lado da rua, estou aqui perto, me ligue quando as contrações começarem de cinco em cinco minutos, do contrário te vejo em duas horas”, combinamos.
Fui para a ducha. Enquanto a água quente escorria pelas minhas costas, o trabalho de parto deu as caras. Finalmente. Sai do banho e me preparei mentalmente para as próximas horas. Eu estava concentrada, cada contração me deixava mais próxima do meu filho, pensava. Foquei na respiração, fechei os olhos e quando já não aguentava mais chamei meu marido – estava até então sozinha no quarto – e liguei para a médica. Ficamos uma meia hora juntas monitorando as contrações. Ela me orientava a aceitar a dor. Com 4 centímetros de dilatação ela me deu a opção de estourar a bolsa em casa, o que aceleraria o processo, ou de irmos para o hospital. Fiquei com a segunda alternativa, que era minha ideia inicial.
O hospital mais próximo fica a 10 minutos de casa, para mim a viagem durou uma hora. Tinha muita dor mas tentava me concentrar o máximo possível. Em pensamento repetia “eu posso, eu consigo” como um mantra. Atravessamos os corredores do hospital – eu em uma cadeira de rodas – e fomos recebidos em um quarto por uma enfermeira e minha obstetra.
As contrações vinham sem intervalos. Havia pedido a peridural, tinha medo que o parto durasse horas e de não aguentar a dor. Mas tempo não havia: já estava com 9 centímetros e logo poderia começar a empurrar. Bateu um pânico, gritei e voltei a ouvir minha obstetra. Mantive os olhos fechados na maior parte do tempo, me isolei do mundo, só escutava minha médica que me auxiliava neste processo. Ela aliás foi excelente, me ajudou muito durante o parto. Meu marido também me deu um grande apoio, ficou todo o tempo ao meu lado segurando minha mão. Foi um parto muito íntimo, apesar de estar em um quarto de hospital.
Dois empurrões foram suficientes para o Rafael nascer. Do meu ventre ele veio diretamente ao meu peito, nasceu aos berros, avisando ao mundo que tinha chegado. Um bebê lindo, perfeito, rosado e cheio de saúde. Ficamos pelo menos uma hora assim juntos, grudadinhos. Só depois que ele foi tirado dos meus braços. No mesmo quarto, ao meu lado, ele foi pesado, limpo e vestido pelo pai.

O nascimento do Rafael foi intenso e lindo. Em três horas meu filho veio ao mundo. Foi a terceira vez que senti isso na vida e ainda assim foi uma experiência única, inenarrável.
Uma criança é feita de amor e nasce da dor. Depois, a vida é só alegria.

Lindo relato,Ana. Senti como se estivesse junto. Parabéns e muitas felicidades a toda a familia e Deus abençoe ao RAFAEL com muita saúde e alegrias!
Lindo relato! Emocionante mesmo.
Parabéns pelo lindo menininho!!
Que lindo Ana! Chorei!
Parabéns. Pela sua força e alegria de ver a vida. ��
Um nascimento mágico! A vida se multiplicando em amor! Belo relato, Ana! Muitos Vivas para Rafael! Bjs com carinho!=)
Que lindo texto, me emocionei muito (mesmo)! Quero muito ter mais um filho porque não ha alegria maior nessa vida do que ser mãe! Adorei o nome, linda escolha! Beijos!!!!
Parabéns Ana!! Fiquei emocionado!!! Como eu queria que aqui no Brasil os obstetras agissem dessa maneira !!! Não sei se sabe, mas meus dois filhos nasceram de parto normal e no segundo, do Marcello, foi natural e na água….essa possibilidade criar esse laço mãe/ bebê nos primeiros segundos, sentir o cheiro dele, esperar o cordão parar de pulsar, etc…faz muita diferença….afinal, onde vamos parar se esse hormônio do amor (ocitocina) parar de ser natural, como o seu caso, e for apenas sintético ….será um desastre. Fico muito feliz por vc, pelo Rafael e por sua família.um forte abraço…bjs
Lindo, Ana. Parabéns! Que você, Rafael e sua família sejam muito abençoados!
Ana, muitas felicidades para toda a familia! Muito amor e saúde! Beijo grande!
Querida, mais uma vez parabéns pela chegada do Rafael!
Desejo à vc uma recuperação rápida e tranquila, e ao pequeno toda saúde do mundo, uma vida longa e cheia de alegria.
Beijão
Lindos demais, mãe e filho. Parabéns, muitas felicidades! <3
Muito obrigada a todos vocês pelas mensagens de carinho! Um beijo grande.
Que lindo Ana..chorei. Parabéns!! Grande mãe e mulher!!!!
Lindo demais Ana, felicidades querida!!!
Lindo relato!
Além de terapeuta, sou doula. Já aconpanhei dezenas e dezenas de partos, mas cada um é único e especial!
Parabéns! (já passaram quase 5 anos, mas nunca é tarde! 🙂
Nunca mesmo 🙂 obrigada!
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