17/01/2021
Por
Ana
Sobrevivendo ao homeschooling durante o lockdown
Eu sempre gostei de segunda-feira. Durante este ano de pandemia, a segunda-feira chegava trazendo conforto, como a calmaria depois da tempestade. Tempestade esta causada no final de semana, com filhos, marido e tudo mais acontecendo em casa.
Na segunda as crianças iam para a escola, o marido muitas vezes para o escritório e eu tinha a casa só para mim. Por mais que tivesse que trabalhar – nunca achei trabalho castigo – tinha o silencio como minha companhia.
Não me leve a mal: eu amo meus filhos, meu marido e minha casa cheia. Amo a tempestade. Mas também amo a minha privacidade de vez em quando. A paz durava ate as 2:30 quando buscava as crianças na escola. E como essas horas rendiam!
Fazia minhas ligações, reuniões, terminava documentos, escrevia planos e botava a cabeça para funcionar a todo vapor. De tarde, com as crianças, estava cansada do trabalho e pronta para a função mãe.
Fazia um chá, distribuia bolachas, ouvia as historias do dia. Um ia brincar na casa de um, outro na casa de outro. As vezes todos vinham brincar aqui. Era tempestade outra vez, mas em forma de chuva de verão, num dia quente, gotas grossas que enchiam a casa de alegria.
Era equilibrio.
Hoje eu fico apreensiva com as segundas-feiras. As escolas estão fechadas há semanas. Eu tinha uma pontinha de esperança que elas voltaria no final no mês mas o noticiário me informa outra coisa. Mais 3 semanas em casa. Home schooling, home office, home tudo.
Sei o motivo e entendo a causa. A insegurança e a incerteza de uma nova variante do vírus coloca nossas crianças mais uma vez em uma posição difícil. E quem quer ver filho correr risco?
Mas e a saude dessas crianças dentro de casa, como fica? Escola tem uma função social. Não estou preocupada com as aulas de matemática que foram perdidas, meu medo é este afastamento dos amigos, dos professores, do contato com outras crianças, da estrutura que uma escola oferece e dos momentos que se formam dentro de uma sala de aula. Isso, não tem volta.
E a segunda-feira? Bem, esta tem sido diferente por aqui. Entre uma reunião e outra a gente ajuda um filho, lê historia com o outro, arruma a conexão de internet que caiu outra vez, ensina fração, aponta lápis, atende o telefone e passa manteiga no pão. Conta até dez umas 19 vezes, grita, respira, medita… e espera que esta tempestade passe logo.
Maternidade real! Exatamente assim! Gosto muito das suas publicações Ana. Obrigada!
Obrigada Michelle!
[…] bem, como durante a pandemia, tem dias que me vejo em uma montanha russa de emoções: me pego feliz aproveitando o sol, […]