19/06/2019
Por
Ana
Foi de ultima hora, de sopetão, nossa decisão em ir viajar no feriado de Hemelvaart. Minha cabeça não estava programada para ferias – para minha sensação, acabamos de chegar do Brasil. No entanto eu não digo não para uns dias de folga com a família. Fizemos as malas com destino à ilha de Schiermonnikoog no norte Holanda.
Quando nos demos conta de que quinta-feira era feriado e que as crianças estariam livre na quarta e na sexta-feira – devido a dois dias de estudo, studiedagen. Comecei a buscar um cantinho para chamar de nosso. Queriamos ir para a praia, independente do tempo que a Holanda nos reservava. Caminhar na praia de roupa e casaco é ok, juro.
Comecei a busca pela província de Zeeland, no sul do pais. O sul normalmente é mais quente e o litoral é bem extenso. Obviamente não fui a única com a brilhante ideia de ir para Zeeland no feriado… nenhuma acomodação estava disponível. Revirei a internet e quando achava algo o preço era impagável – dava pra ir com a familia toda para Portugal.
![Muito verde em Schiermonnikoog](https://anadeamsterdam.com/wp-content/uploads/2019/06/schiermonnikoog_campo.jpg)
“Por que não vamos para as Ilhas do Norte (Waddeneilanden)?”, perguntou meu marido. Passamos um dia em Texel no ano passado, neste mesmo feriado, e foi delicioso. A questão da acomodação se propagava ao norte do país também: pouca oferta e longe de se encaixar ao nosso budget. Segui buscando nas ilhas Frisias, Waddeneilanden, um cordão de ilhas no norte da Holanda que se estende até a Dinamarca.
“E Schier?”, sugeriu o marido. Ele havia estado em duas ocasiões na ilha e tinha boas lembrancas do local. A ilha é bem pequena, são apenas 17 km de comprimento e o mais divertido: turista não pode levar carro! Com certeza seria uma aventura.
Com um pouco de sorte e umas trocas de e-mail, encontrei uma casa perfeita para 5 pessoas: o preço era honesto e teríamos bastante espaço ao ar livre. A aventura estava prestes a comecar!
Como chegar à Schiermonnikoog
Para chegar até a ilha você tera que pegar a estrada (cerca de 150 km de Amsterdam) ou trem até a cidade de Lauwersoog. De lá o próximo passo é a balsa que demora cerca de 50 minutos para fazer a travessia.
A grande maioria dos turistas vai a pé na balsa já que carro é exceção na ilha. Tem transporte publico (ônibus), taxis e alguns carros de moradores. Você pode levar até 30 quilos de bagagem na balsa, assim como bicicletas, carrinhos e cachorros. Eu vi de tudo um pouco a bordo.
Nós compramos o ingresso para a balsa com antecedência e como chegamos em cima da hora (erro de percurso hehe) valeu muito a pena. Não pegamos fila e conseguimos entrar a tempo. Dá para comprar a passagem online mas não tem como reservar um horário, para garantir seu lugar em dias cheios o negocio é chegar a tempo.
Prepare as pernas: você vai se locomover de bicicleta
Sim, prepare as pernocas porque você vai pedalar muito! O melhor jeito – e também o mais fácil e o mais gostoso – de conhecer a ilha é sem duvidas sobre duas rodas. A ilha tem 30 km de ciclovias e você vai conseguir visitar a maioria dos pontos turisticos de bicicleta.
Nós alugamos nossas bikes na chegada da balsa. Foi bem fácil e havia bastante opção. Alugamos duas infantis, uma tradicional e uma bakfiets para transportar nossas malas e o Rafael.
O que fazer em Schiermonnikoog
Para mim a maior e melhor atração foi a natureza. Estar ao ar livre com meus filhos, correr por campos, pastos e praias desertas foi o mais gostoso destas ferias. Sabe aquela sensação de liberdade total? Então, foi assim que me senti em Schier.
A vila é uma gracinha com casas típicas holandesas e praças. Tem um supermercado na ilha e alguns bares e restaurantes. É bem organizado e não tem um milhão de opções… e acho que este é o charme da ilha. Se você combinar de se encontrar com alguém na sorveteria às 4 da tarde não vai ter erro: tem apenas uma sorveteria na ilha.
Na vila você pode ver a mandibula inferior de uma baleia azul capturada em 1950 e a estatua do monge. A ilha abrigava um monasterio na idade media e Schiermonnikoog significa a “ilha dos monges cinzas”. Schier = cinza; monnik = monges; oog = ilha.
![Praia deserta](https://anadeamsterdam.com/wp-content/uploads/2019/06/schier_praia.jpg)
![Lagoa com agua "morna" no meio do bosque](https://anadeamsterdam.com/wp-content/uploads/2019/06/berkenplas-768x1024.jpg)
Visitamos a torre de agua, o farol e pedalamos até as praias. Eu particularmente gostei muito da Badstrand ao norte da ilha: quilômetros de areia branca e fina. E para mim, mar é mar, sempre me encanta. Adoro ver as ondas, o cheiro do oceano e a ter sensação de sol e sal na pele. Não espere muito da água, o mar do norte é geladíssimo. Só consegui molhar os pés.
A Julia, minha filha mais velha, andou à cavalo. Há uma fazenda que organiza passeios pelo bosque e pela praia. Eles também têm pôneis para os mais pequenos. Queríamos ter feito o passeio de barco para ver as focas – que vivem em abundância nesta região do país – mas infelizmente o passeio estava esgotado. Meus filhos gostaram muito de passar o dia no Berkenplas, um lago no meio do bosque. Fazia calor e as arvores nos protegiam do vento incessante da ilha. Eles nadaram, fizeram amigos e brincaram muito.
Schier é o municipio menos povoado da Holanda com 936 habitantes (janeiro de 2019). Venta bastante na ilha e tivemos muita sorte com o tempo: fez bastante sol e temperaturas acima de 20 graus. Na ilha faz mais frio do que no continente, então leve um casaco impermeável e um bom sapato para caminhadas ao ar livre.
E se um dia você for à Schier, me conta o que achou da ilha?
Amei o artigo, um sonho morar na Europa.
Obrigada 🙂